terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Timidez

Acerca do tema, fui tímido. Muito, por sinal. Escondia-me dentro de mim como uma avestruz em seu buraco a lhe tapar apenas a cabeça. Não gostava de olhares diretos nem de muita gente ao redor, principalmente se me conheciam. Câmeras fotográficas, apesar de não tê-las evitado, causavam-me desconforto. Não me sentia bem com elogios apesar de os amar.Lembro-me de as pessoas acharem isso lindo. Diziam: Olha que gracinha! Ele é tímido!

E lembro-me também de muitos considerarem-me, em primeiro momento, indiferente.

Acerca do tema, percebi, lendo em meu espelho e nos reflexos próprios do olhar das pessoas, que o que eu precisava não era admitir para todos e para mim mesmo que eu era tímido. Eu precisava era saber porque eu era tímido. De onde vinham os motivos e quais os eram, de meus rubores?

Percebi que o meu medo de ser observado ou estudado me era motivo para esconder. Sabe porquê? Porque eu não queria que soubessem de meus defeitos. Não queria que as pessoas os fitassem ou os descobrissem em mim. Aliás, mesmo não sendo defeito isso ou aquilo que eu escondesse, não queria arriscar uma consideração alheia na qual alguém pudesse considerar-me imperfeito. Eu precisava manter a perfeição! E para que, se não adiantava?

Aceitar-se, observar-se com ternura, não temer julgamentos, julgar menos, enxergar mais beleza nas coisas sem criticar tanto e com tanto negativismo, não querer ser perfeito pelo fato de saber que a perfeição está nos contrastes e, principalmente, ser humilde, foram atitudes percebidas por mim que muito me ajudaram a aproximar-me das pessoas e de mim mesmo.

Alguém deve estar se perguntando: O que teria a ver ser humilde com a timidez? Eu digo: Tudo, ou melhor, nada. Ser humilde não é sair de onde se está e cumprimentar a todos. Não é ter muito dinheiro e ser solícito. Ser humilde é aceitar-se como se é, mudar-se quando se sente com esta necessidade, e assim, poder desfrutar de si mesmo aceitando nos outros suas características sem chamá-las de defeito.

É o orgulho que nos faz temer que não nos vejam como somos, ou que nos critiquem, ou que nos estudem, que nos olhem. Os problemas existentes entre quem julga e quem é julgado são todos de quem julga. Já que, baseiam-se em si mesmos os que apontam nos outros, seus próprios defeitos.

Quando tiramos uma foto, nossa timidez diz: Cuidado, você será observado e criticado por outros. Aí, essa voz passa a gritar antes do “clik” e você foge dos flashs, privando, muitas vezes, alguém que lhe goste muito de ter uma saudável lembrança sua, ou a você mesmo de se curtir em imagem. Repare que se a foto fosse tirada para que apenas você, e somente você, visse, não haveria problemas. E se houvesse, seria coisa de amor próprio, certo?

Aceitar-se e amar-se são atitudes humildes e, portanto, não lhe induzem a privar-se de fotos, olhares, atenções e convivências. Além disso, abrem-lhe a consciência de que receber elogios faz bem e você só precisa dizer: “Obrigado!"

Victor Chaves

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Agüenta sim...

Meu quarto, 21h15 desse domingo monótono. Um dos últimos, pois daqui a três meses estarei com a carteira na mão e em mais algumas semanas o carro... Aí..........

Tentarei não escrever sobre amor dessa vez, quero dar um tempo pra esse negócio e também não estou muito inspirado. Pensei em falar sobre
perder tempo, mas não quer perder tempo com isso... =p

Agüenta sim...

Pois é, 2008. Neste ano completo 20
anos. Deve ser muito estranho ver a dezena de sua idade mudar. Penso ser o marco do final da via adolescente e do início da vida quase adulta. Apesar de que a minha já vem sendo “treinada” nesses dois últimos anos. Trabalho, faculdade e, com isso muitas responsabilidades. Mas acho que esse negócio de completar 20 anos faz percebermos realmente que esse “novo” mundo não está para brincadeiras... E vejo tantos jovens da minha idade perdidos nessa vida, querendo fugir de responsabilidades.

Como agradeço a Deus por me dar pais tão bons. Hoje, percebo que as palmadas, chineladas, cintadas, “varinhadas” e “toalhadas” que levei (e foram tantas), digamos, fizeram bem para minha educação. Não que eu considere essa como a melhor forma de educar os filhos, tanto que nunca vou tocar um dedo sequer em um dos meus, NUNCA! É complicado... sei bem que esse negócio de bater em criança não é correto, pelo contrário, é muito errado.

Mas não sei se apenas com conversa eu tomaria jeito, penso que eu merecia sim esses castigos mais duros. Quem sabe meus pais apenas queriam mostrar como a vida trata quem sai da linha... não há perdão. Mas foram ótimas lições... E sei que eles apenas queriam me fazer uma pessoa responsável... Apesar de ter doído muito em mim (literalmente) e neles também... Talvez eles também tinham um certo trauma de infância... pois os castigos que eles sofriam quando crianças eram muito mais severos que os meus... É, os tempos mudaram...

Estamos no século XXI e tenho medo do mundo em que viverei pelo resto da minha vida, mais ainda do onde meus filhos, netos e bisnetos viverão (se algum mundo ainda existir pra isso...). Nem preciso falar do aquecimento global, do desmatamento das florestas, da contaminação das águas e da poluição do ar. São dias cada vez mais quentes, ares (especialmente no Centro) cada vez menos respiráveis, ribeirões e rios (pobre Itajaí-Açú) cada vez mais secos, e morros cada vez mais ocupados por pastagens.

Tudo isso por causa do... consumo humano. Florestas são derrubadas para que cereais sejam plantados e animais sejam criados para nós comermos; plantações estas que também poluem nossas águas, assim como as indústrias que produzem nossas roupas, veículos e alimentos, que também poluem nosso ar; também poluído pelos gases expelidos por nossos veículos (que digam os ônibus da Rainha...)

Como é que nossos ancestrais viviam sem tudo isso??? Pois é, e a cada dia que passa sinto que nosso mundo está mais refém dele mesmo, de consumo desenfreado e dos “modernos” costumes que criamos. Tenho medo. E, infelizmente, hoje penso que estamos no meio de um salto de bungie-jump, só que sem corda que nos puxe para cima ou , pelo menos, nos segure sem cair no chão.

Quem sabe tudo isso mude se colocarmos no mundo pessoas com uma nova mentalidade, visada à sustentabilidade... da vida! E para o mundo tenha pessoas assim, é necessária apenas uma coisa... educação! Ah meus 12 filhos, vocês serão pessoas muito bem educadas... Mas tenho medo que já possa ser tarde para mudarmos as coisas num mundo inteiro... É meu pedaço de paraíso, tomara que pelo menos você continue sendo assim até eu morar aí...

Pois é, minha futura casa... Três andares. Paredes e cerquinhas brancas. Janelas azuis de madeira. Quatorze quartos com as cores mais variadas possíveis. No nosso (meu e da minha esposa), uma sacada onde possamos, à luz da lua, admirar a vista privilegiada da cidade e falar da vida e de amor. Um sótão baixinho, com uma pequena lareira e piso de madeira coberto por um tapete grosso e muitas almofadas, onde iremos brincar com joguinhos inocentes, conversar sobre a escola das crianças, ouvir uma boa música, ler e encenar historinhas infantis. Na sala, uma grande mesa onde jantaremos todas as noites e faremos a ceia de Natal, com árvore e lareira bem enfeitadas, como nos filmes americanos, além de um lindo presépio e cachorros vestidos de renas.

E lá fora... Lagos para nadarmos (irei aprender), pescarmos (irei perder o medo de tirar o anzol da boca do peixe), criarmos patos e andarmos de barco. Árvores com balanços de madeira e cipó. Morros para descermos de rolimã ou folha de bananeira. Um ribeirão com cachoeira para tomarmos banho em dias quentes e brincamos de corrida de barquinhos. Dez galinhas para comermos nossos ovos, cinco vacas para bebermos nosso leite, uma grande horta para
plantarmos nossos legumes e nossas verduras, e um grande pomar para subirmos em árvores e comermos “do pé”. Um grande bosque para fazermos nossos piqueniques. Uma trilha na mata para andarmos de bicicleta, passearmos com nossos cachorros e vermos os pássaros. Nos sábados, sacos de dormir e fogueira no meio do pasto para passarmos a noite comendo pinhão, tomando quentão, contando histórias, vendo as estrelas e, depois, ouvindo apenas o silêncio...
E os anos passarão...

O parto... o primeiro “papai”... o primeiro passo... a primeira fralda... a primeira ida ao “troninho”...
a primeira queda de dente... o primeiro dia de aula... a primeira apresentação no teatro... o primeiro namorico... o primeiro baile... a primeira noite na casa dos amigos... o primeiro dia de trabalho... o primeiro dia de faculdade... o noivado... o casamento... e a nova... casa......

E lá se vai um, outro, e mais outro... o quarto, e outros... então o sétimo, e mais outros... já o décimo... o penúltimo... e, finalmente... o último... ... “PUF”... acabou...

Acabou!!!??? Mas que nada!!! Todos eles irão morar bem pertinho de mim... E ainda virão os
netos, bisnetos e tataranetos... E eles aprenderão com o vovô aqui como é que se curte uma vida... Apenas espero que o corpo desse “véinho” ainda agüente até lá... Mas, quem deu conta de criar doze filhos, agüenta sim...


Maurício da Silva Junior
Blumenau, 23 de Janeiro de 2008.


sábado, 19 de janeiro de 2008

Caso por Acaso

Eu não quero mais um caso por acaso
Eu não quero mais viver uma ilusão
Quero um amor de verdade
A minha cara metade
Quero alguém pra me acordar
E me chamar de meu amor

Eu não quero uma paixão sem compromisso
Eu não quero ter alguém só por prazer
Quero alguém para estar ao meu lado
De aliança e papel passado
Quero alguém pra me acordar
E me chamar de meu amor...

Quero um amor!!

Quero alguém pra me abraçar
E andar comigo por aí
Alguém pra me fazer sorrir
Que faça dos seus braços meu abrigo

Quero alguém para acabar com este vazio que me consome
Pra dar ao meu amor, meu sobre-nome
Quero alguém pra se casar comigo...


Eduardo Reis e Odairon Moraes

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Quero te amar... e sempre mais!

Meu quarto, 18h30 de mais um dia muito corrido, como todos desde que voltei das férias. Meu irmão joga GTA no computador e meus pais estão desde cedo fazendo uns serviços no sítio da minha tia no Belchior. Apesar do alto volume da música que meu irmão escuta enquanto joga, tentarei escrever algo...

Quero te amar... e sempre mais!

Novamente quero esquecer que te quero...
Novamente quero apagar de minha mente o amor que sinto por você...
Novamente não quero mais sonhar que estamos juntos...
Caminhando nos sábados de lua cheia em ruas desertas por aí;
Conversando por horas à sombra de alguma árvore do parque;
Lendo um bom livro deitados numa rede em domingos de sol;
Arrumando gavetas, vendo velhas provas e cadernos da escola;
Brincando com um joguinho infantil de bichos no computador;
Passeando no shopping a nos divertir no fliperama;
Assistindo uma apresentação de dança no teatro;
Brincando com seus cachorros e indo ao zoológico;
Participando das festas de nossas famílias;
Estudando a matéria de alguma prova da escola;
Passando dias inteiros na sua praia favorita, a andar e falar... só de amor...

Pois bem, me pergunto então...
O que me faz querer esquecer disso tudo que sonho e, na verdade, quero tanto?
O que me faz querer deixar de sonhar com seu amor e desistir de ter você?

Acho que a minha razão ainda tenta, às vezes, falar mais alto do que meu coração... Mas tenho certeza de que, por mais que ela tente isso, nunca fará os motivos que tenho para te esquecer serem maiores do que o amor que sinto por ti em meu coração... Por isso, ainda quero te amar... e sempre mais!

E boa noite, pois amanhã é quinta e tenho muito trabalho para colocar em dia...


Maurício da Silva Junior
Blumenau, 16 de Janeiro de 2008.

O Último dos Apaixonados

Eu sou do tipo que ainda sai na madrugada
Mas não trai a sua amada num momento de ilusão.
E no amor eu sou do tipo de homem
Que ainda perde a fome quando sofre de paixão.

Eu sou do tipo que se diz fora de moda
Mas isso não me incomoda quando se sabe o que quer.
Eu sou do tipo que ainda escreve poesia
E faz amor todo dia sempre com a mesma mulher.

Eu sou um dos últimos dos apaixonados
Do tipo que ainda faz serenata “prum” grande amor.
Se o romantismo ficou no passado
Posso ser careta, ser antiquado, ser o que for.

Eu sou um dos últimos dos apaixonados
Em cada mil existe um igual a mim.
Pode até falar quem quiser que eu sou quadrado
Mas quando eu me entrego numa paixão sou mesmo assim.

Eu sou do tipo que segue as regras do jogo
Posso até ficar de fogo quando abraço a solidão.
Eu sou daqueles que amanhece na zoeira
Mas sempre com a companheira dentro do seu coração.

Eu sou do tipo que nunca briga por nada
Mas pela pessoa amada enfrento tudo que vier.
Sou na verdade, do tipo de homem que assume
Que ainda morre de ciúme pelo amor de uma mulher.

Eu sou um dos últimos dos apaixonados
Do tipo que ainda faz serenata “prum” grande amor.
Se o romantismo ficou no passado
Posso ser careta, ser antiquado, ser o que for.

Eu sou um dos últimos dos apaixonados
Em cada mil existe um igual a mim.
Pode até falar quem quiser que eu sou quadrado
Mas quando eu me entrego numa paixão sou mesmo assim.
Zezé di Camargo

domingo, 13 de janeiro de 2008

Só você, para sempre

Blumenau, 12 de Janeiro de 2008, sábado, 23h05. A besteira do Big Brother já acabou, mas a do Zorra Total, começou. Os outros canais também não mostram – para mim – nada interessante.
Como Lulu Santos canta: “...sábado à noite, tudo pode mudar ...”. Quem sabe.


Meus pais e meu irmão estão na praia desde terça-feira e, desde então, aqui em casa só tem pãozinho, queijo, lingüiça, margarina, geléia de abacaxi, suco de maracujá, maçã, laranja e alguns morangos que colhi na nossa horta. Como, para eles, as férias ainda não terminaram, as compras do mês ainda não foram feitas. Mas hoje achei o arroz e deu pra comer com leite (hummmmmmm!!!).

Ontem, meu pai teve que subir pra ir ao banco e disse que me levaria pra praia. Então, a essa hora eu poderia estar na fila do Bali Hai com meus colegas, todos ansiosos para uma mais uma balada. Mas a minha esperança (inútil) de sair com uma amiga amanhã me fez ficar em casa. Hoje, terminei de ler um livro sobre os atentados de 11 de Setembro, na Internet pesquisei muita coisa sobre o assunto, e comecei a ler um livro – no mínimo, diferente – sobre gatos.

Ao menos, agora, tento algo que não fazia há mais de dois anos, escrever (talvez tudo possa mudar então). Pensei em pegar uma cadeira reclinável e ir lá fora pra pegar um pouco de inspiração nas estrelas, mas lembrei que não tenho cadeira reclinável e o céu está nublado... Mas o sofá aqui dentro está bem confortável e os aproximadamente 10 litros de suco de maracujá que tomei desde terça-feira me fazem sentir mais calmo e relaxado. Até demais, meus olhos estão começando a ficar pesados...

Uma música romântica ecoa na minha cabeça, ouço alguns carros passarem na rua, uns cachorros latirem por aí e o tic-tac do velho relógio na estante ao meu lado. Pensando, risco a beirada da página desse manual de instruções com centenas de páginas, cujo verso agora uso como bloco de anotações. A mesma música continua ressoando na minha mente, o sono aperta, me espreguiço no sofá e tomo mais um gole de... suco de maracujá (como se, na situação que estou, pudesse ser de outra coisa).

Fecho os olhos “pra não ver passar o tempo, sinto falta de você”. Me veio à cabeça outra música. Pois bem, era mais ou menos sobre isso que eu pretendia escrever... Mas, antes de começar, me deixe ir ao banheiro, pois o suco de maracujá deixou tudo muito relaxado aqui pra baixo também....... Uff... Depois de algo acontecer na casa de uma amiga há uns 2 anos de meio atrás, eu tenho um probleminha para segurar (problema mais psicológico. Na verdade, apenas medo de acontecer novamente), apesar de eu ter sido uma criança exemplar na cama, sempre sequinha... Mas o sufoco pelo qual passei naquela vez (dá pra imaginar o que foi né) deixou em mim esse pequeno “trauma”...

Pois é, voltando ao assunto, concentração...

Voltamos a 2005, ultimo ano do 2º grau, estava chegando o momento de dizer adeus ao colégio onde estudei quase 10 anos. Já como bom amigo de Tânia, meu futuro primeiro grande amor, eu às vezes pensava comigo mesmo sobre me apaixonar por ela (até então eu não era). Eu queria ficar daquele jeito meio “avoado”, meio besta, como os jovens apaixonados. Eu chegava a pedir isso a Deus. E assim foi, fiquei apaixonado por ela. Não que eu achava que estava por querer estar. Eu realmente me apaixonei por ela. E assim fiquei por um ano, apesar de nunca ser correspondido e de outra garota mais ou menos gostar de mim (ela só queria ficar comigo, que absurdo!!!! No final da história até mais ou menos fiquei com ela; e é a primeira, e única até agora, garota que mais ou menos beijei). Pois bem, o meu “derramar de lágrimas” (que fez outras pessoas também derramarem) com relação à Tânia já fiz em outro texto. Então, paro por aqui com essa história.

Apenas lembrei-me de que a minha atual situação é idêntica a essa de 3 anos atrás, no ponto de “querer me apaixonar”. A Sandy que me perdoe, mas realmente não lembro como foi nosso primeiro contato. Deixamos esse “pequeno” detalhe de lado então (talvez ela se lembre e reavive minha memória um dia). Ela freqüentava, não muito regularmente, o mesmo grupo de jovens que eu. Ela, em idade, era relativamente nova no grupo, eu, em tempo de participação nele.

Naquela época eu, que estava naquela idade de vício em Internet, passava todo o final de semana conectado, conversando com meus amigos e baixando músicas. Ela, que, pelo menos, também não odiava esse o mundo virtual, ainda cursava o 1º grau e tinha alguns problemas com as colegas de escola. Eis que esse foi o primeiro motivo para uma conversa, do tipo básico: “Problemas com as amigas?” “Sim.” “Por que?” “Porque blá blá blá blá blá” “Putz, que ruim” E assim vai... Como ainda era apaixonado por Tânia, eu também falava com Sandy sobre ela. Sandy sempre me ouvia, dava vários conselhos e dizia que ela brigaria com Tânia por mim... tudo na brincadeira né...

Ela dizia que eu era o único que a “agüentava”. E assim nossas conversas fluíam bem. Mesmo que de uma forma nem tanto “adulta”. Eram bem comuns os “eu te amooooooooo” com as maiores quantidades possíveis de “os” e de repetições, para ver “quem amava mais”. Também ríamos, ríamos das risadas, ríamos das risadas que dávamos das risadas, e etc. Também nos apelidamos de “pirralha” e “nego”, colocando, também, sempre o maior número possível de “as” e “os”. Às vezes juntávamos essas três coisas, aí imagina... Sonhávamos em fundar nossa própria cidade, =p (nome escolhido após tanto utilizarmos tal código em nossas conversas), onde não existiriam dinheiro, crimes ou muros, só felicidade!

Apesar de até então nos termos visto pouquíssimas vezes, eu já gostava dela, pois, apesar de toda essa besteirada que falávamos, se via que, dentre as garotas da mesma idade e a maioria das um pouco mais velhas, ela era a qual eu considerava a mais madura mentalmente. Mas, claro, ainda tinha seu lado bem criança (no bom sentido). Com o início das aulas, passamos a nos ver de vez em quando no terminal de ônibus. E, certa vez, até cheguei a esperá-la na frente da escola onde estudava, já no 2º grau, para dizer que gostava dela. Eis que o medo foi maior do que o... sentimento. Talvez ainda não fosse a hora. Agora, acho que fosse sim.

Na Páscoa, lhe dei uns chocolates, no seu aniversário, uma flor (que havia acabado de comprar na floricultura da sua mãe. Não sei o que ela imaginou quando me viu entrar lá chamando por sua filha, com aquela flor na mão). Eis que o ano foi terminando e chega o Natal. Sem fugir do meu costume, comprei um presentinho para ela. Numa operação digna de SWAT, “entreguei” o presente – jogando-o na varanda no 1º andar, pois não tinha ninguém em casa – sem que qualquer vizinho notasse, vindo me chamar a atenção, e provavelmente pondo tudo a perder. Após isso, apenas tive que pedir ajuda à irmã dela para que, quando chegassem em casa, pegasse o presente fazendo parecer que havia sido localizado de forma totalmente “surpreendente”. E pronto, lá estaria ele na mão da Sandy. Pois bem, junto com o presente, seguia uma carta na qual em me declarava a ela... beleza.

Dias depois, no meu horário de almoço, fui conversar com ela em sua casa. Fiquei meio encabulado de conversar com ela lá, pois muitas pessoas estavam no ponto de ônibus que fica bem em frente à sua casa. De vestido verde, ela desce para falar comigo. Pergunto se está tudo bem, se recebeu o presente, ok, tudo ok. E pergunto se gostou dele. Então, ao recebê-lo de volta e um “não” como resposta, foi como se eu estivesse me olhando, estilhaçando como um vidro ou, como num episódio do Pica-Pau, derretendo como gelo... Então, eu tinha vontade apenas de rir, apesar de me sentir o cara mais trouxa da face da terra (talvez quisesse rir de mim mesmo, não sei, pode ser). Depois, já não raciocinava direito. Não conseguia retomar a conversa com um bom assunto, nem falar qualquer coisa sobre... meus sentimentos. Nos despedimos e prometi a mim mesmo que eu a esqueceria.

Dias depois, enviei um e-mail dizendo isso e um monte de coisas loucas (eu já estava vendo coisas andarem na cozinha, já eram quase cinco da manhã), inclusive que o presente ficará sempre guardado para ela, pois é apenas dela.

2007 chega e, recém-promovido na empresa e ingressando na faculdade, ganho mais trabalho e faço novos colegas, o que me faz ter pouco tempo pra pensar em outras coisas. Às vezes, uma lembrança aparecia em minha mente, mas eu logo a apagava.

Chega o mês de outubro, 10 meses se passam, tempo suficiente para esquecer um amor, o que dirá uma “paixãozinha” então... ah, tais enganado meu querido. Como até então eu achava que era, e eu queria novamente se amigo dela, puxei assunto com ela no Orkut, pois lá estava como cidade dela a nossa “=p” (a nossa cidade dos sonhos)... uma boa deixa...

E, papo vai, papo vem (até uns papos bem cabeça), percebo que ela continua sendo, ou, melhor, está até mais madura do que anteriormente. Apenas, ao que me parece, perdeu um pouco de seu jeito criança, o que penso ser apenas comigo, por tudo que ocorreu né...

Pois é, neste ano completo 20 anos (nem digo o tanto que acho estranho nisso) e, pra quem terá 12 filhos (=p), está na hora de começar a planejar o futuro. Agora, falo diretamente a ela, que: como já te falei, só você que me fazia sentir mais criança, sem responsabilidades; que me fazia voar para um incrível mundo bom, um mundo nosso, onde apenas havia coisas boas, coisas que hoje eu não acredito mais que possam se tornar realidade. Hoje, depois de todo esse tempo, de tudo que passei, de tudo que guardei, de tudo que senti, percebo que é só você que me faz sonhar com o futuro, e nesse futuro eu vejo só você, para sempre.

Maurício da Silva Junior
Blumenau, 13 de Janeiro de 2008.

Medo ou Amor?

"Assim como dois caminhos não podem ser seguidos ao mesmo tempo por uma única pessoa, duas escolhas sobre um mesmo tema não podem ser feitas.

Aquele que vai à guerra por sentir-se cumprindo seu dever patriota, não pode, ao mesmo tempo, ficar ao lado da esposa e de sua família.

Quem escolhe continuar, não pode, simultaneamente permanecer. A vida é uma constante troca de uma coisa por outra e é importante aceitar isso.

Quando o caminho bifurca e o destino faz uma pergunta, qual a melhor escolha? Em qualquer espaço ou tempo, pergunte-se: “O que o amor faria?” A resposta a esta pergunta poderá tirar-lhe do ardor de diversas consequências advindas de uma escolha mal feita.

O amor cabe em qualquer lugar e hora, permanecendo como a mais acertada forma de ser e fazer feliz. Qualquer outra escolha que não seja por amor, certamente será por medo. Você está se perguntando: “Medo?”.

Se o medo de perder o que nem é seu se chama ciúme, o amor ao direito de simplesmente escolher estar ao lado chama-se liberdade. Se o medo de admitir que você também erra chama-se rancor, a amorosa visão de que ninguém é melhor que ninguém chama-se perdão.

Se formos pensar, tudo o que não nos faz bem são medos disfarçados e tudo o que nos torna melhores e felizes é o amor.

Medo de si mesmo é não gostar-se e aí, é bom saber que você pode reinventar-se a todo momento.

Amor por si mesmo é gostar-se e aí, a energia contagiante de fazer com que todos ao seu redor sintam-se atraídos por você, chama-se auto-estima.

O que você tem escolhido? Na hora de viajar, por exemplo, pergunte-se: Estou deixando de ir por medo, estou indo por medo, estou ficando por amor ou estou indo por amor? E lembre-se, amor é algo que só pode existir, quando antes existe por você próprio.

Ame-se mais para amar mais. Não ama, apenas acha que ama, aquele que diz que ama mas nem sabe o que é amor próprio.

Medo ou amor? A escolha é sua e cada segundo de sua vida lhe perguntará isso".

Victor Chaves

Amigo apaixonado

"Existem duas maneiras de um homem amar verdadeiramente uma mulher: A primeira, é quando ele se torna o melhor amigo dela e depois se apaixona, mas existe uma outra, que é quando ele se apaixona e depois aprende a ser o seu melhor amigo."

Victor Chaves