segunda-feira, 10 de março de 2008

O milagre da música sertaneja...

Ontem falei que no show do Victor & Léo estavam duas gurias punks-emo (falo das duas gurias que eu tinha certeza absoluta que eram punks-emo, não das duas gurias que eu achava serem punks-emo, e com quem eu fiquei conversando). Pois é, antes de começar o show, eu pensei: "O que elas estão fazendo aqui?... Ah, elas devem ter vindo aqui pra zuar ou porque gostam de coisas diferentes ou porque querem dar risadas e acham isso engraçado". Sei lá.

Durante o show eu nem via elas. Naquele agito todo, eu não dava bola para mais nada além dos dois caras cantando lá no palco e das duas outras gurias que estavam ali "comigo", a Roseli e a Aparecida.

Aí, na música Tem Que Ser Você, que é mais calma e romântica, ninguém pulava feito doido. Nem eu. Então olhei as coisas em minha volta para ver como estavam. E um pouco mais a minha frente vi as duas gurias abraçadas. E a que estava virada para trás chorava copiosamente (gosto dessa palavra) cantando a música. E sabia a letra inteira de cor. E eu só sabia o refrão.

Tive que parar um pouco para admirar...

Tire suas conclusões...

sábado, 8 de março de 2008

Novos colegas

No máximo, atualizarei semanalmente.

Essa semana foi diferente. Na segunda e na terça fiquei até às 2 horas da manhã acordado para fazer um vídeo de um trabalho da faculdade (posto ele no Orkut na semana que vem). Na quarta fiz a prova teórica da CNH na delegacia (e meu CPF tá bloqueado no sistema do DETRAN e sei lá quando o resultado da prova sairá). Na quinta eu deveria apresentar o vídeo na faculdade, mas peguei um ônibus errado no terminal do Aterro e fui parar pra lá da Baumgarten (nada que uns 40 minutos de caminhada de volta resolvessem).

E ontem..... e ONTEM.... e ON-TEM..... simplesmente um dia inesquecível. Pelo show do Victor & Léo na Vila Germânica, e por quatro pessoas que conheci. Mais cedo, ainda consegui vender o ingresso para o show que eu tinha sobrando (*).

(*) Quanto fui na Palladium comprar o ingresso na quarta, a atendente disse que tinham sido colocados 2.000 ingressos VIP's à venda e que eles já tinham se esgotado. Então, comprei o normal, de pista. Depois pensei melhor, na verdade simplesmente pensei, e me toquei que não tinha como a guria da Palladuim saber se os ingressos tinham se esgotado também nos outros lugares onde estavam sendo vendidos. Aí liguei para a Cia do CD e lá me informaram que ainda ingressos sim, inclusive, apenas VIP's e de camarote, mas poucos. Quando cheguei lá, tinha apenas mais um VIP. Mas tinha, e era o que bastava para mim. Então comprei. Só que a moça disse que não poderia usar na negociação o ingresso comum que eu tinha (eu daria ele mais R$ 5,00), pois eles eram numerados por loja e apenas poderiam ser trocados na respectiva loja. E, como eu já esperava, não deu para pegar o dinheiro de volta na Palladium. Aí fiquei com dois ingressos, um normal e um VIP. E não seria legal eu convidar alguém para ir comigo no show e essa pessoa ter que ficar na pista, sendo que eu ficaria lá na área VIP. Não seria mesmo...

Pois bem, continuando sobre sexta, às 18 horas saio do trabalho e vou direto para a Vila. Como eu já imaginava, existem pessoas doidas o suficiente para ir mais cedo do que eu para um show. E umas 25 já estão lá na fila. Pois bem, vamos esperar e não tomar uma gota de água sequer para não precisar sair do lugar e perder ele.

Mas até que o tempo não demora muito para passar. Graças, em grande parte, à primeira das quatro pessoas que conheci nessa noite, o Lucas, mais conhecido como Taió, com sua insaciável vontade de falar. Não é por nada que ele será candidato a prefeito de Taió em 2016. É, ele se acha (só de brincadeira) por ter estudado com a Bruna do BBB7; joga charme para as mulheres; pega um pouco no meu pé; tenta comprar umas cervejas por valor menor, ou até ganhá-las; e canta Azul, do Guilherme e Santiago, umas 15 vezes ("Qual a cor da sua camisa?" "Azul" "Ahhh, e esse amor é azul...". Valeu cara, fizesse com que o tempo parecesse ter voado e nos deixasse muito mais alegres...

Beleza, e finalmente se abrem os portões. Sou o 4° na fila de homens. Aí lembro que os seguranças me revistariam. E eu vinha do trabalho, e meu penal estava na mochila. E dentro do penal, que tal, um estilete e duas tesouras - uma quase maior que o próprio penal. Todas, coisas que uso no trabalho, mas de qualquer forma não deixam de ser um estilete e duas tesouras. "O bicho vai pegar", penso. Chega a minha vez, e o segurança já fala que terá que revistar a mochila. A entrego para ele e viro o rosto. Torço para que ele não abra o penal. Claro, eu não utilizaria aquelas "armas" lá dentro, mas acho que o segurança poderia me chutar para fora do pavilhão, ou chamar a Polícia, ou me dar uma coça (sei lá, na hora a gente pensa um monte de coisas). Pois é, não dá nem dois segundos e olho novamente para o segurança, e ele já está com o penal aberto e a tesourona na mão. "Fu***, e como esse cara pode ser tão rápido...??". Ele diz que não eu não poderia entrar com aquilo. Eu digo a ele que tinha vindo do trabalho e que, de qualquer forma, deixaria a mochila no guarda-volumes. Ele pergunta algo ao seu chefe, que olha pra mim e me reprime: "Como você traz algo assim para cá?". Eu novamente digo que tinha vindo direto do trabalho. Ele sai e resmunga algo como "mas... mhan... e daí...". É, eu deveria ter dito que sou culpado por gostar tanto dos caras que estavam pagando o salário deles daquela noite, aí vim direto do trabalho para vê-los cantar. Mas é o trabalho deles, entendo perfeitamente. E eu deveria ter lembrado de tirar essas coisas no penal lá no trabalho... Então fui com o segurança lá no guarda-volumes, e ele falou para a moça que as "armas" somente poderiam ser entregues no final do show. "Beleza, desde que não percam. Pois são do meu trabalho...". Ainda quase esqueço de tirar a câmera digital da mochila no guarda-volumes.

Pois bem, estou livre. Mas as 25 pessoas que estavam na fila quando cheguei se tornaram umas 100 já lá na frente do palco e mais umas 50 na fila da pulserinha. Tudo bem, ainda ficarei bem perto do palco. Mas é cabreiro ver na sua frente uns caras que chegaram lá pelas 22 horas, tendo você chegado às 18 e 30. Tudo bem, sou mais ou menos alto e na minha frente quase só tem mulheres, que, na teoria (e geralmente na prática), são mais baixas do que os homens. Pois é, mas, e atrás de mim? Também devem estar várias mulheres, que também são mais baixas. Xiii... complicado né. Aí que conheço outras duas pessoas...

Atrás de mim estão três gurias de estilo meio punk-emo. Me parece que elas vieram juntas. "Mas o que elas fazem aqui num show sertanejo?". Exatamente atrás de mim, a princípio parece que não tem ninguém. Eu viro a cabeça um pouco mais do que o normal para conferir, pois a área em minha volta já está toda cheia, então um lugar vazio é meio estranho. Então vejo que ali uma guria baixinha, e que era igual a uma daquelas outras três. É, gêmeas né. E baixas. Então, fico matutando, "ficarei o show inteiro com uma pessoa atrás de mim que não vai ver me*** nenhuma por minha "culpa"". Claro, não era culpa minha, mas eu poderia fazer algo para mudar a situação, a oportunidade para fazer a "bondade do dia". "OK, troco de lugar com ela". Mas, como vou falar com uma pessoa que não conheço (muito bem). Além disso, ela é uma... guria! Uma coisa simples como essa ainda é bem difícil para mim. Timidez e falta de auto-confiança. Mas estou melhorando, tanto que: "oi, tais vendo algo aí?" "não" "quer trocar de lugar comigo?" "quero". Ela ficou contente. Aí, depois de ele entender como a câmera digital funcionava, o Taió tirou uma foto minha e da irmã da moça que estava atrás de mim, que agora estava ao meu lado. E eu fiquei ali atrás e o Taió com algumas outras gurias mais para a frente. Ele "se foi".

Como eu disse, as duas gurias pareciam ser meio punk-emos. E como que o Taió tinha ajudado a quebrar o gelo com elas, ficou mais fácil para mim puxar um papo. "Hum... vocês não parecem ter jeito de gostar disso aqui..." "Por que?" "Você parecem meio.... punks" "Hehe, é o segundo que nos pergunta isso, mas não somos não" "Ah bom... mas acho que vocês vieram com aquelas ali né? (apontando para as outras duas gurias, que, essas sim, pareciam e eu tinha certeza serem punks)" "Não, não..." "Ah bom...". Beleza, sequer o show do grupo "RHASS" (obrigado Google), que vinha antes do show do Victor & Léo, havia começado. Tínhamos muito tempo para conversar. Eu tinha ido com a cara delas e não gostaria de ficar mais um hora e pouco em pé, desta vez, sem fazer nada. Pois bem, descobri que elas são de Rodeio, tem 1,49 e 1,51 metros, adoram dançar música gaúcha e ouvir música sertaneja. Uma adora o Bruno & Marrone, a outra o Edson & Hudson, as duas o Hugo & Tiago. Ambas odeiam rock. Não tem como ser melhor. Não gostar de César Menotti & Fabiano é somente um detalhe.

Pois é, até agora não sei o nome delas. A que estava atrás de mim quando chegamos pergunta o meu. Depois, então, eu pergunto o delas. Roseli e Aparecida, ou Tina. Prefiro Aparecida.

E o show começa, com Fada. Parece não haver uma pessoa sequer que não esteja cantando. Sinto Falta de Você, Amigo Apaixonado, Telefone Mudo, Meu Eu em Você. O suor escorre abundantemente pelo meu rosto e pela minha camisa. Quem de Nós Dois, O Granfino e o Caipira, Vida Boa, Fotos. Ah, mas já está chegando no final, como esse tempo passa rápido. O Léo desce do palco e vai junto ao pessoal enconstado na grade. Pela galera que amontoou, achei que as grades, os seguranças e a própria galera iriam pro chão. Que confusão. Mas nada de ruim acontece. O show termina. Não há nenhum "mais um, mais um, mais um..." do público. Estranho. Acho que o pessoal já estava bem cansado. Mas como qualquer cantor sabe, o normal é o público pedir bis, sendo essa reaparição após o encerramento já de praxe, devendo até já fazer parte do planejamento do show. Então, os dois aparecem do nada, após termos (nós três) andado já uma boa distância. Voltamos, para dar os últimos pulos e berros. Agora é o Victor que desde junto ao público. E, agora sim, o show termina.

Vamos embora. O chão está "forrado" de latas de cerveja. Claro, com o calor que fazia o pessoal teve que abusar. E persiste a lenda de que o ar condicionado do pavilhão queima quando há show lá. Me despeço das duas e vou embora. E nem agradeci a elas pela companhia.

Do celular, ligo para casa para o pai vir me buscar. Sem créditos. Ligo a cobrar. "Este telefone está programado para não aceitar esse tipo de ligação". Carai. Vou andando até a FURB e no caminho decidirei o que fazer. Talvez eu peça um celular emprestado para alguém. Decido fazer isso na portaria da FURB. O guarda, ao ver me aproximando, já coloca a mão para dentro da guarita. Ouço o barulho de rádio-comunicador. Deixou a linha aberta para o caso de eu tentar assaltá-lo ou outra coisa. Também deve ter colocado a mão próxima de algum botão de pânico. Dou boa noite e pergunto a ele se tem algum telefone para que eu possa ligar para casa, pois fiquei sem créditos e o telefone de casa não aceita ligações a cobrar. Ela diz que não. Insisto, dizendo que sequer é necessário que a pessoa lá em casa atenda o telefone. Eu queria apenas "passar um sinal". Novamente ele diz que não. Então agradeço e vou embora.

E agora? Não há uma alma na rua, apenas poucos carros. Ponto de táxi somente já na Fortaleza. Então é isso. Vamos até lá, aí ligo do táxi e meu pai me pega lá. Não será a primeira vez que atravesso a Via Expressa às escuras. Apenas ocorre de que nas outras vezes eu estava com as pernas mais inteiras, assim eu andava mais rápido. Mas vamos. Subo a ponte e a atravesso. À direita está a Rodoviária. "Hum, lá tem táxi também. Mas, e se não quiserem emprestar o telefone? Terei que voltar tudo isso aqui!" Vamos pela Via Expressa então. Sem medo. Não irá acontecer nada de mau.

Mal faço a primeira curva, um Uno pára a frente. "Será que é comigo?". Um cara desce e vai na beiradinha do mato. Depois vem na minha direção me chamando. Falou três vezes "brother". Pensei que já estava tirando com a minha. Acho que ele já estava bêbado e meio fumado. Então me cumprimenta, se apresenta como Marcelo, e oferece uma caipirinha que estava tomando (pois é, agora pensei: ele tinha a caipirinha numa mão e a outra, que ele usou ali no mato, não teve como lavar. Ahhhh!!!). Ele diz que já passou pelo que eu estava passando, que muitas vezes já atravessou a Via Expressa à noite, à pé e de bicicleta, e que sabe o quando é complicado. Então, oferece uma carona. O meu senso de confiar nas pessoas, apesar de tantas coisas que vemos por aí, me faz aceitar a carona. Ele também pareceu ser um cara sincero enquanto falava comigo. Entro no carro e o Marcelo para o motorista, Bubi: "toca pro motel". Eu: "nem vem com essa..." Ele se cala. Depois pergunto para onde eles vão, para saber até onde terei carona. Eles dizem que vão para o Libidus (motel). Eu até pensava que fosse verdade. Claro, aí eles me deixariam em algum outro lugar. O Marcelo diz que é brincadeira, pois que estão indo para casa. Dois ali na Fortaleza mesmo e outro (o motorista) lá para cima na 470. Ele teria que passar pelo trevo da Dudalina, então me deixa ali.

Pois é, ai se minha mãe sabe que fiz isso. Ela tem razão, seqüestros e outras coisas que acontecem por aí. Mas sei que ainda existe gente boa nesse mundo, que tem apenas boas intenções. Às vezes temos que arriscar. É o destino. Se é para acontecer, é vai acontecer. E se eu tivesse decidido em ia à Rodoviária, nem teria conseguido a carona e, dependendo da boa vontade dos taxistas, aidna teria uma boa distância para percorrer a pé novamente.

Tenho mais 1 km para chegar em casa. Apenas 1 km dentre os mais ou menos 4 que eu andaria até o posto de táxi ou os 8 que eu andaria se o táxi não estivesse no ponto ou taxista não emprestasse o celular. Pois bem, mais 15 minutos e chego em casa. Meu pai está acordado, apesar de eu dizer a ele no dia anterior que ligaria quando saísse do show, para que ele pudesse ficar dormindo.

4 horas, um belo banho, um grande copo de água e cama!!! Acordei às 8 horas e agora (2 horas) estou quase desabando em cima do teclado. Também quero acordar cedo amanhã (hoje) para ir a um encontro de animação japonesa no colégio Barão.

É, muito obrigado aos meus novos colegas. Como está tarde, não consigo mais bolar qualquer frase. Mas ainda falarei com vocês...

E boa noite.